Faz-me falta
A tua pele na minha
Grito
Pela fome das tuas mãos
Pelo calor
Incandescente do teu desejo
Quero que me inundes
Me desfaças com um beijo
Preciso da vontade
Na rouquidão da tua voz
Diz-me
Que vamos voltar a ser nós.
Thursday, December 20, 2007
Sunday, October 28, 2007
Império das algas
Posted by D. at 12:33 AM |
Thursday, September 06, 2007
Diálogos a sós
Tive medo de pôr um pé lá fora, de sentir uma brisa quente no cabelo, reparar que alguém sorria de um modo especial, de me deixar ir.
Tive medo que alguém me tentasse roubar o coração que não está no meu peito, deixei-o contigo.
Tive medo que a falta de amor me apanhasse desprevenida e me convencesse a deixar o amor da minha vida.
Posted by D. at 4:06 PM |
Sem Sombra
Há um infinito cinzento
Sem o encanto das sombras
Pastam carneiros sem olhos
De patas rombas
O pão tem bolor
E o tomate é farinhento
Neste mundo de limbo
Onde habito
Absolutamente só
Sinto mãos viscosas
Quando peço mimo
E há um grifo tatuado
Que se alimenta de nós.
Posted by D. at 3:55 PM |
Thursday, August 16, 2007
A quimera do veado
Deixei a mente vogar
Qual a personagem de cinema
Que gostaria de ser agora
A imagem surgiu rápida
Certa e indubitável
O veado da branca de neve
Aquele a quem o caçador
Arranca o coração.
Posted by D. at 11:10 PM |
Wednesday, August 15, 2007
Hoje o vento soou assim (c)
Check out this video: Galrito
Add to My Profile | More Videos
Descobri este menino e gostei, vão lá ver
Posted by D. at 8:34 PM |
Tuesday, August 07, 2007
O meu rumo és tu
Não tenho rota
Parti o leme
Depois de inúmeras derrotas
O meu destino é guiado
Por mão que treme
A minha vida toda
A minha paz, a minha casa
Acontecem quando
Encontro o teu olhar
Repouso no teu peito
Morro no teu abraço
Não vás
Peço, grito
Imploro, exijo
Sou louca, intensa
Pequena, imensa
Inofensiva, letal
Sou o que quiseres
Sou tua, nasço em ti
Mostrei-te um dia
O caminho de volta a casa
Voltaste, chegaste
Fiquei completa
Depois saí, perdi-me
Rasguei-me, feri
Baralhei e encontrei
O que estava ali
E era parte de mim
Deixa-me agora
A mim
Voltar a casa
Estou perdida no deserto
Sem água nem vontade
De mão estendida para ti.
Posted by D. at 10:41 PM |
Thursday, August 02, 2007
Sonho Solidão
[Foto-Katarzyna Widmańska]
O bicho de conta
Que um menino guardou
Numa caixa de iogurte vazia
A velha muito tonta
Que o tempo esqueceu
Numa viela escura e fria
O louco friamente lúcido
Que o eminente médico deixou
Sem alta para morrer estúpido
A menina perdida de olhos enormes
Que a mãe largou da mão
Para perseguir um desejo disforme
Todos estes dormem
Comigo na cama
Sem licença nem permissão
Porque tu em tom de quem não ama
Distraído, deste ao tempo uma ordem.
Posted by D. at 5:14 PM |
Friday, July 27, 2007
Monday, July 09, 2007
Eu e o meu Mano
Elvis Presley - If I can dream
Quando eu e o meu irmão estávamos tristes íamos buscar a K7 do Elvis, o "King", púnhamos no gravador do carro, o primeiro carro do Ricardo, um opel corsa preto, que andava, andava até deixarmos de ver as bermas e a paisagem dos lados se transformar em raios de luz dissonante.
E cantávamos, gritávamos até que toda a tristeza se evaporasse e descesse sobre nós aquela euforia dos fins de tarde ou amanheceres plenos intensos e completos que dão sentido à vida sem mais nada, a vida pelo milagre que ela é.
E esta música então nunca falhava.
Fazes-me tanta falta mano, que até a alma está esmifrada e encolhida de dor.
Posted by D. at 3:15 PM |
Wednesday, July 04, 2007
Tuesday, July 03, 2007
Não se anda de asas com um machado atrás das costas
Perdi com violência a minha sina
Conheci o deserto cinzento dos dias
Demorei quase vinte anos
A não esperar, a não confiar, a não sonhar
E vieste
Chegaste
Doce, terno
Escondeste
O agreste
Estendeste a mão
Proibiste o senão
Construiste um castelo
Ignoraste o flagelo
E acima de tudo
Deixaste-me sonhar
Acreditar de coração puro
Que ainda podia amar
Se ainda conseguisse ao fim de tanto tempo, voltava
A odiar, a sentir sede de rasgar, ganas de matar
Mas estou apenas
Paralisada de dor
Perplexa de desamor
Num deserto de sangue e penas.
Posted by D. at 4:06 PM |
Sunday, July 01, 2007
Balla - O Fim Da Luta
Este é para o Vasquinho que foi morar para uma estrela há um mês e que faz tanta falta a tantos.
A ti que num relance rápido de olhar me entendeste como muito poucos.
Saudade
Posted by D. at 11:39 PM |
Tuesday, June 26, 2007
Destaque Cupido, Fonte de Amor
A maluca responsável destacou-me para Fonte de Amor e eu fiquei muito contente, porque é a distinção mais importante que nos podem oferecer quando escrevemos com amor.
E, também, por ter sido esta menina a destacar-me, pela intensidade, genuinidade, qualidade e, claro, pelo amor com que escreve. A ela um obrigado sincero.
Os meus destaques são-no porque os sinto na pele como fonte de amor em diferentes e diversas acepções.
abstracto concreto
brinco de palavras
curtas
exorcismos
in the meadow
o grito do silêncio
Olhar Xbugalhado pela Xtranheza
poetas amigos
por aqui
principios e fins
Posted by D. at 4:42 PM |
Tuesday, June 12, 2007
Saudade das Brumas
Nas tardes daquele Agosto
Que ainda desconhecia
As sombras do desgosto
Se ainda soubesse invocá-la pedia
À bruxinha com alma, uma macumba
E ao vento, o tom maior em que ele assobia
Para entrar na espiral
Que me pousasse na humidade
Quente dos teus olhos
Espelho transversal
De desejo
Raiz sôfrega de pele
Dá-me um sono transpirado de mel.
Posted by D. at 11:51 PM |
Friday, May 25, 2007
Carvão púrpura
Atravessaste-me ao meio
com uma dor lacinante
que me paralisou o peito
na eternidade de um instante
marcaste-me o destino
com um risco rasgado a carvão
boneca de trapos prostrada sem tino
ouvi surpresa o som fúnebre e seco
com que se parte um coração.
Posted by D. at 8:12 PM |
Thursday, April 26, 2007
Friday, April 20, 2007
bell-fire
Dezenas de manchinhas cinzentas espalhadas pelo corpo.
Terror, agonia, a hipo a invadir-me o cérebro outra vez.
Até que reparo...
Algumas, as que estão mais perto da cintura, têm um tom
Violeta arroxeado e...
Sinto, o pulsar de vida que me invade
Quando me pedes a magia
De me transformar de anjo alvo em amora negra.
Posted by D. at 6:20 PM |
Wednesday, April 18, 2007
Monday, April 16, 2007
Thursday, March 29, 2007
Hasta Siempre Comandante
Estou num sítio muito perto do fim do mundo, dou mais três ou quarto passos e lá está – a porta verde coberta de ervinhas trepadeiras e salpicada de violetas a atirar mais para o amarelo.
Desde sempre que o soube, o caminho. Aprendi muito cedo que é fácil demais chegar lá, o complicado, o mistério é conhecer o momento certo, o toque de clarividência que nos permite distinguir que naquele segundo de eternidade a porta dará acesso a uma infinitude de novos e vertiginosos mundos.
Por enquanto, sempre que desce a nuvem lilás, sou lançada no meu calvário privado em que verifico que, para lá, ainda só existe o vazio imenso que ultrapassa a dor das minhas entranhas.
Fecho a porta, volto atrás e sigo mais uma vez o caminho das aves de arribação.
Um dia voltaremos a ser um, até lá aprendo a seguir o meu caminho sozinha e tento inventar um sorriso novo.
Posted by D. at 12:42 AM |